PENTATEUCO KARDEQUIANO

PENTATEUCO  KARDEQUIANO
OBRAS BÁSICAS

segunda-feira, fevereiro 12, 2018

SEARA DOS MÉDIUNS





Do livro Seara dos Médiuns, em que Emmanuel comentou o “O Livro dos Médiuns”


OBSESSÃO E JESUS (Questão, 237)


Cristãos eminentes, em variadas escolas do Evangelho, asseveram na atualidade que o problema da obsessão teria nascido no culto da mediunidade, à luz da Doutrina Espírita, quando a Doutrina Espírita é o recurso par a supressão do flagelo.

Malham médiuns, fazem sarcasmos, condenam a psicoterapia em favos dos desencarnados sofredores e, por vezes, atingem o disparate de afirmar que a prática medianimica estabelece loucura.

Esquecem-se, no entanto, de que a vida de Jesus, na Terra, foi uma batalha constante e silenciosa contra obsessões, obsidiados e obsessores.

O combate começa no alvorecer do apostolado divino.  Depois da resplendente consagração da manjedoura, o Mestre encontra o primeiro grande obsidiado na pessoa de Herodes, que decreta a matança de pequeninos, com o objetivo de aniquilá-lo

Mais tarde, João Batista, o companheiro de eleição que vem ao mundo secundar-lhe a obra sublime, sucumbe degolado, em plena conspiração de agentes da sombra.

Obsessores cruéis não vacilam em procura-lo, nas orações no deserto, verificando-lhe os valores do sentimento.

 A cada passo, surpreende Espíritos infelizes senhoreando médiuns desnorteados.

O testemunho dos apóstolos é sobejamente inequívoco.

Relata Mateus que os obsidiados gerasenos chegavam a ser ferozes; refere-se Marcos ao obsidiado de Cafarnaum, de quem desventurado obsessor se retira clamando contra o Senhor em grandes vozes; narra Lucas o episódio em que Jesus realiza a cura de um jovem lunático, do qual se afasta o perseguidor invisível, logo após arrojar o doente ao chão, em convulsões epileptoides; e reporta-se João a israelitas positivamente obsidiados, que apedrejam o Cristo, sem motivo, na chamada Festa da Dedicação.

Entre os que lhe comungam a estrada, surgem obsessores e psicoses diversas.

Maria de Magdala, que se faria a mensageira da ressurreição, fora vítima de entidades perversas.

Pedro sofria de obsessão periódica.

Judas era enceguecido em obsessão fulminante.

Caifás mostrava-se paranoico.

Pilatos tinha crises de medo.

No dia da crucificação, vemos o Senhor rodeado por obsessões de todos os tipos, a ponto de ser considerado, pela multidão, inferior a Barrabás, malfeitor e obsesso vulgar.

E, por último, como se quisesse deliberadamente legar-nos preciosa lição de caridade para com os alienados mentais, declarados ou não, que enxameiam no mundo, o Divino Amigo prefere partir da Terra na intimidade de dois ladrões, que a Ciência de hoje classificaria por cleptomaníacos pertinazes.

À vista disso, ante os escarnecedores de todos os tempos, eduquemos a mediunidade na Doutrina Espírita, porque só a Doutrina Espírita é luz bastante forte, em nome do Senhor, para clarear a razão, quando a mente se transvia, desgovernada, sob o fascínio das trevas.



SEARA DOS MÉDIUNS

(Chico Xavier/Emmanuel, ed. FEB)



OBSESSORES (Questão 249 de O LM.)


Obsessor, em sinonímia correta, quer dizer “aquele que importuna”.

E “aquele que importuna” é, quase sempre, alguém que nos participou a convivência profunda, no caminho do erro, a voltar-se contra nós, quando estejamos procurando a retificação necessária.

Resultado de imagem para foto de chico xavier No procedimento de semelhante criatura, a antipatia com que nos segue é semelhante ao vinho do aplauso convertido no vinagre da crítica.

Daí a necessidade de paciência constante para que se lhe regenerem as atitudes.



Considerando, desse modo, que o presente continua o pretérito, encontramos obsessores reencarnados, na experiência mais íntima.

Muitas vezes rotulados com belos nomes.

Vestem roupa carnal e chamam-se pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos ou companheiros familiares na lareira doméstica.

Em algumas ocasiões, surgem para os outros na apresentação de Santos, sendo para nós benemerentes verdugos.

Sorriem e ajudam na presença de estranhos e, a sós conosco, dilaceram e pisam, atendendo, sem perceberem ao nosso burilamento.

E, na mesma pauta, surpreendemos desafetos desencarnados que nos partilham a faixa mental, induzindo-nos à criminalidade em que ainda persistem.

Espreitam nossa estrada, à feição de cúmplices do mal, inconformados com o nosso anseio de reajuste, recompondo, de mil modos diferentes, ciladas de sombra em que venhamos a cair, para absorver-lhes a ilusão ou loucura.



Recebe, pois, os irmãos do desalinho moral de ontem com espírito de Paz e de entendimento.

Acusá-los, seria o mesmo que alargar-lhes a ulceração com novos golpes.

Criva-los de reprimendas, expressaria indução lamentável a que se desmereçam ainda mais.

Revidar-lhes a crueldade, significaria comprometer-nos em culpas maiores.

Condena-los, é o mesmo que amaldiçoar a nós mesmos, de vez que nos acompanham os passos, atraídos pelas nossas imperfeições.



Aceita-lhes injúria e remoque, violência e desprezo de ânimo sereno, silenciando e servindo.

Nem brasa de censura, nem fel de reprovação.

Obsessores visíveis e invisíveis são nossas próprias obras, espinheiros plantados por nossas mãos.

Endereça-lhes, assim, a boa palavra ou o bom pensamento, sempre que preciso, mas não lhes negues paciência e trabalho, amor e sacrifício, porque só a força do exemplo nobre levanta e reedifica, ante o Sol do futuro.



SEARA DOS MÉDIUNS

(Chico Xavier/Emmanuel, ed. FEB)



LIVRE ARBÍTRIO E OBSESSÃO (Questão 254 - §2º de O LM.)


No tratamento da obsessão, frequentes vezes, entre os seareiros do bem, surgem debate em torno do livre-arbítrio.

Se a faculdade de escolher é atributo da alma, como influir no ânimo dos desencarnados menos felizes?

Temos aqui, no entanto, o princípio de causa e efeito, importando reconhecer que se Jesus respeitou as resoluções de quantos lhe respiravam o ambiente, não arrebatou ninguém às consequências dos próprios atos.



Se caímos na criminalidade, somos espíritos doentes e qualquer doente guarda a sua independência, até o ponto em que ameaça à integridade dos outros ou agrava a condição de si mesmo.

Para atender a isso, a sociedade humana relaciona vários recursos de contenção, destacando-se entre eles a segregação hospitalar e a anestesia involuntária, que parecem atentados à consciência.

Entretanto, ninguém malsinará o médico que administre opiáceos ao enfermo desesperado, que lhe tente rasgar as próprias vísceras, ou que isole na câmara gradeada de um sanatório o louco suscetível de descer às últimas raias da inconsequência.



Diante da obsessão, não te mostres indiferente à sorte dos irmãos incursos nessa dificuldade.

A pretexto de resguardar o livre arbítrio, não deixes o companheiro desencarnado e o companheiro da experiência física sem o concurso do esclarecimento que lhes serve ao caminho como inevitável medicação

Dinamiza o conhecimento quanto julgues preciso, em cada processo de reajuste, mas explica aos irmãos em prova a trilha mais fácil para a libertação deles mesmos.

Ainda assim, porque estejas a serviço da verdade, não te faças verdugo.

Aspereza é veneno sutil.

Irritação retorna qualquer serviço à estaca zero.

Ninguém realmente sabe ensinar se não sabe repetir a lição.

Socorre o obsessor e obsidiado, incutindo-lhes a verdade dosada em amor; contudo, recorda que o veículo de semelhante remédio é paciência e paciência.



SEARA DOS MÉDIUNS

(Chico Xavier/Emmanuel, ed. FEB)



OBSESSÃO E EVANGELHO (Questão 244 de O LM.)


A quem diga que o Espiritismo cria obsessões na atualidade do mundo, respondemos com os próprios Evangelhos.



Nos versículos 33 a 35, do capítulo 4, no Evangelho de Lucas, assinalamos o homem que se achava no santuário, possuído por um Espírito infeliz, a gritar para Jesus, tão logo lhe marcou a presença: “que temos nós contigo? ” e o Mestre, após repreendê-lo, conseguiu retirá-lo, restaurando o equilíbrio do companheiro que lhe sofria o assédio.

Temos ai a obsessão direta.



Nos versículos 2 a 13, do capítulo 5, no Evangelho de Marcos, encontramos o auxílio seguro prestado pelo Cristo ao pobre gadareno, tão intimamente manobrado por entidades cruéis, e que mais se assemelhava a um animal feroz, refugiado nos sepulcros.

Temos aí a obsessão, seguida de possessão e vampirismo.



Nos versículos 32 e 33, do capitulo 9, no Evangelho de Mateus, lemos a notícia de que o povo trouxe ao Divino Benfeitor um homem mudo, sob o controle de um Espírito em profunda perturbação, e, afastado o hóspede estranho pela bondade do Senhor, o enfermo foi imediatamente reconduzido a fala.

Temos aí a obsessão complexa, atingindo Alma e corpo.



No versículo 2, do capítulo 13, no Evangelho de João, anotamos a palavra positive do apóstolo, asseverando que um Espírito perverso havia colocado no sentimento de Judas a ideia de negação do apostolado.

Temos aí a obsessão indireta, em que a vítima padece influencia aviltante, sem perder a própria responsabilidade.



Nos versículos 5 a 7, do capítulo 8, nos Atos dos apóstolos, informa-nos de que Felipe, transmitindo a mensagem do Cristo, entre os samaritanos, conseguiu que muitos coxos e paralíticos se curassem, de pronto, com o simples afastamento dos Espíritos inferiores que os molestavam.

Temos aí a obsessão coletiva, gerando moléstias-fantasmas.



E, de ponta a ponta, vemos que o Novo Testamento trata o problema da obsessão com o mesmo interesse humanitário da Doutrina Espírita.

Não nos detenhamos, diante dos críticos contumazes.

Estendamos o serviço de Socorro aos processos obsessivos de qualquer procedência, porque os princípios de Allan Kardec revivem os ensinamentos de Jesus, na antiga batalha da luz contra a sombra e do bem contra o mal.



SEARA DOS MÉDIUNS

(Chico Xavier/Emmanuel, ed. FEB)


OBSESSÃO E CURA (Questão 254, §5º)

Alguém, certa feita, indagou de grande filosofo como classificaria o sábio e o ignorante, e o filósofo respondeu afirmando que considerava um e outro como sendo o médico e o doente.

No entanto, acrescentamos nós: entre o médico e o doente existe o remédio.

Se o enfermo guarda a receita no bolso e foge à instrução indicada, não adianta o esforço do clínico ou do cirurgião que despendem estudo e tempo para servi-lo.



Que a obsessão é moléstia da alma, não há negar.

A criatura desvalida de conhecimento superior rende-se, inerme, à influência aviltante, como a planta sem defesa se deixa invadir pela praga destruidora, e surgem os dolorosos enigmas orgânicos que, muitas vezes, culminam com a morte.

Dispomos, contudo, na Doutrina Espírita, à Luz dos ensinamentos do Cristo, de verdadeira ciência curativa da alma, com recurso próprio à solução de cada processo morboso da mente, removendo o obsessor do obsidiado, como o agente químico ou a intervenção operatória suprimem a enfermidade no enfermo, desde que os interessados se submetam aos impositivos do tratamento.



Se conduzes o problema da obsessão com lucidez bastante para compreender as próprias necessidades, não desconheces que a renovação da companhia espiritual inferior, a que te ajustas, depende da tua própria renovação

 Ouvirás preleções nobres, situando-te os rumos.

Recolheras, daqui e dali conselhos justos e precisos.

Encontrarás, em suma, nos princípios espiritas, apontamento certo e exata orientação.

Entretanto, como no caso da receita formulada por médico abnegado e culto, em teu favor, a lição do Evangelho consola e esclarece, encoraja e honra aqueles que a recebem, mas, se não for usada, não adianta.













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